segunda-feira, novembro 20, 2017

DILUCIDAÇÕES

A mente humana – objectiva e subjectiva – é, em nós, uma limitação da mente total e absoluta a que os rosacruzes chamam de Mente Cósmica. É por virtude desta potência e disposição que sentimos infundidas em nós todas as capacidades mentais que nos caracterizam como humanos. Um pouco mais aquém e eramos bichos, na melhor das hipóteses animais de companhia.

Há quem chame à mente objectiva mente concreta e à mente subjectiva mente abstracta, o que me parece nomenclatura pouco feliz. Todavia, é bom que se saiba que não existem tais mentes como realidades separadas, trata-se do entendimento de funções, de funcionalidades, porque a mente é só uma, não fraccionável. As ondas não fraccionam o mar, levam apenas a que a nossa atenção se aperceba dos pormenores.

Funcional, porquê? Vejamos: a mente objectiva permite-nos atravessar a rua sem sermos atropelados, mas é um instrumento limitado de simbolização, pois só pode socorrer-se do que já foi, usando com a eficácia possível o pensamento dedutivo, sendo por isso simplesmente racional, nem mais se lhe pode exigir; a mente subjectiva, por outro lado, alimenta-se das sensações, das emoções, das intuições e dos sentimentos, usando privilegiadamente o pensamento indutivo e o pensamento analógico.

Há racionalistas empedernidos que se vangloriam de usarem exclusivamente a mente racional. Iludem-se. Felizmente para eles – e para todos nós – tal não é possível. A sê-lo, cuidado, que a inteligência artificial está aí, disponível para as substituições.