sexta-feira, outubro 11, 2019

QUAL A ORDENAÇÃO DOS MMM?

Os Manuscritos do Mar Morto não se procuram nem por tema nem por data do achamento, mas pelos locais onde foram achados e respectivas grutas.

São quase um milhar entre papiros, pergaminhos e até folhas de cobre, envolvendo línguas como o aramaico, o hebreu, o grego, o latim, e até o árabe.

O Menos importante e referido é o:

– MANUSCRITOS DE MISHMAR

São apenas dois papiros, descobertos em 1961

Tendo a ver essencialmente com os essénios e com o Antigo Testamento:

– MANUSCRITOS DE KUMRAN

Descobertos ocasionalmente em 1947, os primeiros por beduínos e os posteriores por arqueólogos, exigiram pesquisar 11 grutas nos arredores de Kirbert Qumran, no Deserto da Judeia. De um modo geral, são documentos anteriores ao século IV aC.

– MANUSCRITOS DE MASSADA

Escavações em 1963/64 por Yigael Yadin. Os documentos são anteriores ao ano 70 da nossa era, isto é, anteriores ao massacre da comunidade de Massada pelas tropas romanas.

Tendo a ver sobretudo, com a revolta de Bar Kokheba, séc. II dC:

– MANUSCRITOS DE WADI SEIYAL

Constituídos por dois grupos descobertos em 1952/54, um grupo pertence ao Rockefeller Museum e o outro ao Santuário do Livro

– MANUSCRITOS DE MURABA’AT

Escavações de 1960/61

– MANUSCRITOS DE NAHAL HEVER

Escavações de 1960/61, respeitam a duas grutas: a GRUTA DAS CARTAS e a GRUTA DOS HORRORES.

– PAPIROS DE WADI DALIYEH

(OU PAPIROS DE SAMARIA)

São todos anteriores ao século IV aC. Foram descobertos numa gruta a 15 km de Jericó.

Tendo a ver com o cristianismo, mas nada de relavante contendo, para além de ajudar a caracterizar a época:

– MANUSCRITOS DE KIBERT MIRT

Descobertos em 1953. Tem vários fragmentos neotestamentários. São provenientes das ruinas do antigo mosteiro de Castellion. Uns foram adquiridos a beduínos e outros encontrados por uma expedição belga.

PARA QUEM ANDA À CATA DE MISTÉRIOS

Nos documentos descobertos em Qumran, há um célebre ROLO DE COBRE que deu um trabalho imenso para lhe desvendar os dizeres, mas que, todavia, não se sabe o que verdadeiramente significa.

O rolo estava oxidado e desdobrá-los seria perdê-lo, porque se desfazeria. Alguém, então, se lembrou, ao que parece fi John Alegro, que a solução seria cortá-lo longitudinalmente em pequenas tiras que seriam depois montadas como se se tratasse de um puzzle. Resultou. Claro que ficaram em falta pedaços de texto, como é costume quando se manuseiam textos com que o tempo não se apiedou. A língua usada pelo autor ou autores era o hebreu bárbaro e alguns caracteres mostraram-se impossíveis de decifrar, mas conseguiu-se tornar legível aquele texto, que nos deixou uma dúvida grande: trata-se apenas de folclore acerca de tesouros imaginários, ou na realidade é um verdadeiro mapa do tesouro?

Ora, leiam um bocadinho:

«… Na ruína que há no vale, passa sob as escadas que vão para o Leste, quarenta côvados: [há] um cofre de dinheiro, e o seu total o peso de dezassete talentos. […] No monumento funerário, na terceira fileira: cem lingotes de ouro. Na grande cisterna do pátio do peristilo, em um oco do solo tapado pelo sedimento em frente à abertura superior novecentos talentos. Na colina de Kojlit, vasilhas de dízimos do senhor dos povos e vestes sagradas; total dos dízimos e do tesouro: um sétimo do dízimo segundo feito impuro (?) A sua abertura está nas bordas do canal do Norte, seis côvados em direcção à fonte das abluções. Na cisterna revocada de Manos, descendo à esquerda, a uma altura de três côvados do fundo: prata, quarenta [… …] talentos. [… …]

Na cisterna repleta que está debaixo das escadas; quarenta e dois talentos. [… …] Na gruta da casa alfombrada de Yeshu (?), na plataforma terceira, sessenta e cinco lingotes de ouro. No subterrâneo que há no pátio de Matias há madeiras, e em meio a ele uma cisterna; nela há vasos com setenta talentos de prata. Na cisterna que está em frente à Porta Oriental, 8 a uma distância de quinze côvados, há vasos.E no canal que há nele: dez talentos. Na cisterna que está sob o muro do Leste em uma saliência da rocha: seis barras de prata na entrada, sob o grande umbral. 13 Na piscina ao Leste de Kojlit, no ângulo Norte, escava quatro côvados: vinte e dois talentos. [… …]

No pátio de [...], sob o ângulo Sul, 2 a nove côvados: vasos de ouro e de prata dos dízimos, cálices, taças, jarras, 4 vasos; total: seiscentos e nove. Debaixo do outro ângulo, o oriental escava dezesseis côvados: quarenta talentos de prata. [… …] No túnel que há em Miliam, ao Norte: vasos de dízimos e minhas vestimentas. Sua entrada está sob […] ângulo ocidental. Na tumba que há em Miljam, ao Norte deste, a três côvados sob a armadilha: treze talentos. Na grande cisterna que há em [...], no pilar do Norte [...] catorze talentos. No canal que vai [para...], quando avanças quarenta e um côvados: cinquenta e cinco talentos de prata. [… …]. Entre os dois edifícios que há no vale de Akon, no meio deles, escava três côvados: há duas vasilhas cheias de prata. No túnel de terra que há à borda do Asla: duzentos.»

OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO

A distância entre Jerusalém e Qumran é de 45 km. A distância entre Jerusalém e Massada são 103 Km. São pormenores, mas de qualquer forma importa referir. De qualquer forma, se menciono estes dois locais do Deserto de Judá, é porque foi neles que se encontraram os documentos mais preciosos, por respeitarem aos Essénios, de que pouco se conhecia e muito se ficou então a saber.

Sublinho que os documentos de Qumran, bem como os de Massada fazem parte do acervo conhecido como Manuscritos do Mar Morto. São manuscritos do Mar Morto, não são os Manuscritos do Mar Morto. Tão só isto.

Florentino García Martinez, na sua obra TEXTOS DE QUMRAN, na introdução da mesma, diz o seguinte:

«Os achados acidentais e a exploração sistemática das ruínas e das grutas dos diversos Wadis do Deserto de Judá proporcionaram ao longo dos últimos 40 anos um grande número de manuscritos de épocas e características diversas. Todos eles são conhecidos como "os manuscritos do Mar Morto", e todos foram, ou serão no futuro, publicados na série Discoveries in the Judaean Desert, da Clarendon Press, de Oxford ou na série dedicada aos manuscritos procedentes das escavações israelitas preparada pelo Santuário do Livro e pelo Museu de Israel. Todos estes manuscritos foram agrupados em colecções segundo o seu lugar de origem, independentemente do facto de terem sido achados in situ pelos arqueólogos ou de terem sido adquiridos no florescente mercado de antiguidades».