sexta-feira, maio 29, 2020

AS UNIDADES DE CONSCIÊNCIA EMITEM E RECEBEM

Cada Eu (ou Ego), como unidade de consciência, é um emissor/receptor, mergulhado num meio potenciador constituído pelos demais.

Estúpidos, santos, inteligentes, bandidos, todos os homens estão conectados com a inteligência global e absoluta através do meio próprio que é a inteligência colectiva da espécie. Todavia, a ligação poderá ser defeituosa ou cheia de ruídos; é como tentar falar para a Austrália usando os obsoletos rádios de ondas curtas.

Eis que a nossa ligação de consciência precisa de imensos cuidados, estar em perante actualização. Não é assim que fazemos com os sistemas operativos dos nossos computadores?

Expandir a nossa consciência é um processo de alta-fidelidade; temos de cuidar do aparelho e das antenas. Estes nossos aparelhos – as consciências individualizadas no eu – são de emissão e recepção. Mas o que imitimos pode não chegar onde almejamos, por instabilidades várias. Também podemos querer receber e só obter ruídos, mormente por via de desatenção, por via da fragilidade dos nossos pensamentos e emoções. Todo o ruido obstaculiza a sintonia.

Para receber daqueles que nos rodeiam temos de saber ouvi-los, em especial se não falam, se estão calados. Para receber do Cosmos é necessário que a linha não esteja saturada. Há que limpar todas as interferências, as maiores das quais são as nossas crenças.

Fico triste quando pessoas a quem reconheço luminosidade se perdem em processos patológicos de autoconvencimento, debitando que Deus é assim, o homem é assado. Como sabem isso? Disseram-lhes? Leram num livro? Decoraram na catequese?

Isso não é saber.

Com todo esse ruido jamais estarão receptivos, quer aos seus mundos internos quer ao Cósmico.

Façam silêncio. Cultivem a dúvida. Não errem a conselho de outros, se tiverem de errar, que seja por vós próprios. Tomem consciência que todo o autoconvencimento é uma mentira que se repete para que pareça verdade, constituindo ilusão, apenas ilusão.

PSICOLOGIA DA RECEPÇÃO

1 – Relaxamento total do corpo e da mente

2 – Procure-se o estado Alfa

3 – Todas as ideias (próprias ou aprendidas) devem fluir à nossa frente como folhas de Outono levadas pelo vento

4 – Despolua-se de crenças, afaste as preocupações.

5 – Apurar o discernimento para não nos confundirmos: nem todas as imagens e ideias que nos chegam estão isentas de indução nossa ou do meio. Saber reconhecer o que veio e não é nosso.

6 – Não desejar nada, nem sequer o êxito da recepção.

7 – Vazio emocional e mental.

PSICOLOGIA DA EMISSÃO

1 – Emite-se quando a nossa energia está em alta. O entusiasmo facilita. (Ver num dicionário etimológico o que quer dizer entusiasmo)

2 – Colocam-se as antenas em posição de emitir.

3 – Foca-se o pensamento

4 – Dá-se-lhe o poder do entusiasmo.

5 – Vê-se o pensamento partir.

6 – Deixa-se que vá.

7 – Não se pode prendê-lo nem trazê-lo de volta. Não se pensa mais nisso.

NOMENCLATURAS – REFLEXÕES

Sem que seja apenas metáfora, pode dizer-se que, no homem – no corpo físico do homem – a matéria evoluiu até à consciência de si própria.

Como potencial evolutivo, esta consciência só existe na matéria de forma reflexa, é uma infusão de uma energia global ou cósmica.

No homem, o fenómeno da autoconsciência permitiu-lhe a individuação volitiva – única forma de escapar à ditadura da natureza – e a construção de um EU (ou EGO), eixo central da sua evolução através das eras e ponto de sintonia com a consciência global (ou absoluta).

Esta capacidade de sintonia faz dos seres humanos unidades de consciência. Eis a razão para tão frequentemente dizermos que no homem a consciência é o eu (ou Ego), um estágio reflexo, ou infundido, da consciência global. Sem este eu (ou ego) o homem seria apenas animal, não teria conquistado o seu lugar no reino hominal.

Aqui chegados, e tendo bem presente as ideias preguiçosas de certa literatura esotérica de cordel, que se reproduz a si própria; que fala de planos, coisas assim às camadas, como nos pastéis de nata, apetece perguntar:

Haverá os tais planos, nessa consciência global?

Sim e não.

Os planos, que muitas escolas ensinam, não são lugares, são apenas formas didácticas usadas para sensibilizar os estudantes, não constituem uma realidade concreta. A energia não se divide em planos, é una, a sua recepção (ou fruição) é que é plural.

Quando os estudantes tomam as fórmulas pela coisa, tal confusão impedi-los-á de entender a coisa. A água é a água, não é a cábula química que a representa de H2O

Vejamos uma visão temática que a imaginação pode traçar, querendo explicar planos de consciência, recorrendo aos elementos do saber Tradicional:

TERRA – Consciência física, mundo das vibrações.

AR – Emoção, empatia, baixo astral.

ÁGUA – Aura, mente, racionalidade, astral médio

FOGO – Intuição, psiquismo, inteligência. alto astral.

Se utilizarmos este esquema à letra, mataremos o espírito que o sopra. Não serve para dizer é assim, nem serve para dizer é assado, serve para reflectir.