Mão amiga, que não recordo qual, porque muito tempo se passou,
fez-me chegar à mão a edição de 2012, que só agora tive ocasião de ler e de
perceber porque me foi remetido. Nesta edição fazem-se imensas referências ao
número 7 da Revista Nova Águia, de 2011, e a página 251 o sociolinguista brasileiro
Professor Dino Preti refere-se assim a um texto meu, inserido na referida NA:
«O segundo apartado da revista e tema central do mesmo,
leva por título “Sobre Fernando Pessoa”. São um total de vinte e três trabalhos
que versam sobre aspectos filosóficos e literários da vida e da obra do nosso
grande poeta e pensador.
De todos os trabalhos, quero salientar o texto de
Abdul Cadre “Um Fernando Pessoa” no que desvenda certos aspectos
psico-filosófico-literários da obra e a complicada personalidade pessoana: o
seu esoterismo surgido dum desequilíbrio psiquiátrico por ele reconhecido e
mesmo aceite com fim criativo; desvenda também elementos biográficos, a sua
grande obra não publicada, do seu gosto pelo ocultismo, a sua solidão
voluntária, a sua vida e formação em África do Sul, o seu posicionamento
liberal-conservador e o seu fundo nacionalismo português, nacionalismo mítico,
contrário ao catolicismo, mas pró-sebastianista. O mito de Pessoa tem três
faces para o autor deste texto: uma rosacruciana e templária; uma segunda
aproximação ao mito vem dada pela sua obra “Mensagem” na que Abdul Cadre joga
com a numerologia e o seu simbolismo, assim como pela sua simbologia
enriquecida com sufixos que lhe dão sentidos diversos. Há mais uma terceira
aproximação ao mito que tem a ver com os seus heterónimos e os seus
significados ocultos. Tudo isto conjuga a espiritualidade pessoana baseada na
ideia de religião dos portugueses (V Império, Império do Espírito Santo...),
profetismo, esoterismo e iniciação. Igualmente expõe as vias para o progresso
espiritual. Tudo sob critérios rosacrucianos».
Pelo que atrás refiro, é evidente quer não tive oportunidade
de agradecer a referência do Professor Dino Preti, que naturalmente farei
agora.